Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Vai poeta, escreve
Escreve sobre a vida
Sobre o vento, sobre a brisa
Escreve, Poeta, tua escrita.

Pois se não falas do cão
Da flor, da polí­tica, religião
Se não contas a distopia
A quem darás tua ironia?

Se a poesia te persegue noite-dia
Se nos olhos do teu filho: poesia
Se na cachaça ou na jogatina
Tudo quanto há poesia.

Brindarás a vida num copo de bar
Os bêbados e os fumantes cantarão contigo
Onde os errantes abraçarão o perigo
De cada poesia que virá.

Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Que homem encara a solidão?
Onde os fantasmas de si fazem romaria
Nas noites em que o silêncio se faz à esquina
E a nostalgia envenena o coração.

Espera o Natal como verdadeiro fiel
Sonha nascer de novo, engrossar o coro
Na providência divina achar seu sossego
Mas não consegue livrar-se de si mesmo.

Se questiona como faz o inquisidor
Perde o sono na calada da noite
Anda sonâmbulo pelas ruas ao dia
Sente o peito crescer na agonia

No ano novo renova suas forças
Depositando no futuro a vida que é agora
Sem dar o primeiro passo  sonha ainda com a chegada
Pra sentir a lágrima salgada que ao peito desce.

Cai bêbado nos braços que o amam
Se esquece por um dia do fracasso que foi
Se aquece no afago do amor inconstante
Permite que a fé o levante de novo.

Sente o fim do ano como a poda da flor
Pra renascer enfim, mesmo com espinhos
Pois o espinho fere, enquanto a rosa perfuma
E o homem se levanta, enquanto Deus dorme.