Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Quantas quedas o homem teve?
Quantos voos sonhou partir?
Pra longe de homens outros
Que dão bom dia ao sorrir.

Quantas quedas o homem teve?
Quantas lutas foi golpeado?
Na trama de homens outros
Que conduzem os homens-gado.

Quantas quedas o homem teve?
Quantos bares bebeu tristeza?
Pelo ofício de homens outros
Que na morte mantém grandeza.

Quantas quedas o homem teve?
Quantas horas ele chorou?
Pela existência de homens outros
No espelho que lhe parou.

Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Sai, fecha a porta
Viaja pra longe
Daqui sigo meu rumo.
– Um gole de pinga.

Parte, o peito,
sem despedida
Esquece-me.
– Um fumo de rolo.

Deixa-me, fico
Vazio, seu quarto
Só lembranças.
– Meu café!

Vai, pode ir,
Mas volta que é teu
Em mim, sua morada.
– Teu coração.

Leva-o, é teu
Beba essa pinga e café
Fume seus cigarros…
Carrega-me em teu amor.

Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

O poeta é o Urutau solitário
Que nasce na porteira do vigário
Bate asa sem pouso, nem morada
Com fama de ave agourada

Mãe da Lua é seu nome profético
No Luar faz seu berço poético
A serenata na sua voz soturna
No esplendor da beleza noturna

Na solidão da penumbra bela melodia
Portento, mas nenhum bem te via
Alento em toda dor que esvaecia
Contento, por um momento, poesia