Por Alex Ribeiro
Quantas vezes estive eu
No silêncio absoluto da tristeza
Caído em total esquecimento
Por um momento
Um animal abandonado no ermo
Esse silêncio que se fundia
A uma escuridão tosca e vil
Causava-me arrepios na alma
Dores, mágoas, dissabores
Lembranças
Quisera eu voltar aos meus anos áureos
Donde eu cantava minhas glórias
Mas esses dias jamais vieram, talvez
Escaparam-se de mim
A vida me pregara várias peças
E a cada peripécia
Um riso amargo, doce nascia
Embotando o meu choro
A preciosa gota salgada
Rebentava-me por dentro
De vontade de cair
Assim passei esses últimos anos
Num quarto escuro da existência
E quando um sonho ruim aparecia
Sem resistência eu cedia
Haveria, pois, nas páginas da minha vida,
Farol de porto, um luzeiro
Que me tirasse desse lugar?
Eis que sim, haveria de ter no longe
Uma vela que por mim Luzia
Que ansiava por ascender-me
Nos versos da poesia.