Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Miudinho

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Por Alex Ribeiro

Os fortes ventos que sopraram na tempestade que desabou em Passos/MG, na última semana, levaram plumas por todos os cantos. Após viagem turbulenta nas correntes de ar impetuosas, essa pluma repousou sobre a calçada da casa de uma senhora, viúva, que passara a noite em claro, com terror diante de tantos  trovões.
A senhora, ao sair de sua casa, na manhã já de sol, viu a pluma e pensou consigo. “Que invejável a tranquilidade dessa pluma, o terror da tempestade ainda não passou.”

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Por Alex Ribeiro

Esse cadeado foi capturado na cidade de Passos/MG. E por trás deste objeto já gasto pelos dias e noites ao ar livre, porém, sendo ele um símbolo de aprisionamento, há uma história.

Seu dono, homem prático e objetivo, nunca conseguira entender o amor. Tinha na memória um antigo romance, que calejava seu peito com saudade, com quem tinha o hábito de trocar cartas. As cartas alimentavam os sentimentos, que a distância insistia em enfraquecer.

O cadeado protegia a caixa do correio, e ir abri-lo tinha um sentimento todo especial. Era como se a chave que o destrancava abria também as portas do coração do homem. Era o momento em que ele fazia um parêntese na sua vida prática e monótona, dava cores ao seu sorriso e brilho aos seus olhos.

As cartas pararam de chegar, e a certa altura, cansado de abrir o cadeado em vão, o homem resolveu trocá-lo de lugar. Foi pra onde não seria nunca mais utilizado. Assim, o cadeado ficou desgastado, enferrujado e nunca mais foi aberto, bem como o coração do homem, que ficou frio e fechado pro amor e pra vida.