Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Jackson Melo

Do que adiantou
Ser dominado pelo amor?
Se não mereço desfrutar de teus carinhos
Teus lábios…

Do que adiantou
Perecer em meus pilares?
Resisti o máximo que pude
Mas não foi o bastante
Não pra você
Não para os teus encantos

E tu, Dorival… Com tua modinha?
Que não me deixas esquecer-me dela

O pior de tudo é sofrer com a dúvida
Será que excedo por precipitação?
Por ser nova esta sensação?
Ou devo me arriscar por este sentimento?

Por que sofrer tanto com tua perda
Se nunca te vi como minha?
Na verdade…
Eu que sempre fui teu
De corpo e alma
Sem nem perceber
Enganado por mim mesmo

Se eu tivesse mesmo que ficar sem você
Por que não fora devagar?
Pra que eu pudesse ao menos
Acostumar-me com tua ausência

Por que me torturar
Com a vontade de amar?
Diante de todas as tuas exigências
Não tenho como ir mais fundo contra mim

Se tenho que escolher por nós
Escolho a mim, a minha liberdade
Esta é minha sentença pra nós
Condenando-me a este castigo do amor.

Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Miudinho

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Por Jackson Melo

Depois de uma longa espera no pá¡tio do hospital, Júlia descobriu que seu filho Pedro estava com uma grave doença e que seu tratamento seria intenso. A boa notícia é que seu filho ficaria bem.

O medo do doloroso processo de cura que se aproximava tomou conta de Júlia, que entrou em desespero, assim que o médico deu a noticia.

Ricardo, que passava por ali, notou a situação da pobre moça e quis saber a razão. Assim que soube, abraçou-a e pediu que ela enxugasse as lágrimas e corresse abraçar o seu filho. E Ricardo contou a Júlia o motivo da sua comoção. Acabara de perder o filho recém-nascido e a esposa em parto de risco. Júlia ficou tocada. Ricardo disse que estava triste, mas que seu coração estava reconfortado, pois desde que ele soube do risco do parto, não mediu esforços para cuidar da esposa. Esteve sempre a seu lado. Tirou do bolso, então, um maço de cigarros e disse a Júlia que precisava fumar. Ela rapidamente ofereceu-lhe uma caixa de fósforos, ascendendo ela mesma o cigarro. Ele agradeceu e se despediu. Enquanto observava o rapaz indo embora, Júlia prometeu a si mesma que guardaria aquele palito de fósforo como um sinal de fé, até que seu filho superasse a doença. Mas, na saí­da do hospital, Júlia perdeu o palito, encontrado, depois, no bairro Santa Casa, em Passos/MG.