Por Alex Ribeiro
Por muito tempo eu quis
Mergulhar de cabeça no teu amor
Conversar contigo só pra ouvir a tua voz
Perder-me dentro do teu olhar
Por alguma razão eu pensei
Que fostes tu diferente
Iria receber meu coração
Com cuidado
Eu confiei em ti
Mas coração de poeta é suvenir
Que se coloca na estante
Exibes ao lado dos troféus de tua vida
Sem perceber nele as
Rachaduras
De um amor em vão
Pelas feridas do meu peito nu
Dolorosos caminhos da amargura
Um peso insuportável, eu sei
Faz-me pulsar com esforço a vida
No meu olho uma lágrima que não cai
Desejando partir para o estrangeiro
Ser migrante de mim
Abandonar o lar e as lembranças
Por fim essas grades douradas
Toda essa fantasia criada
Esse conto de amor reticente
Que eu não vacilaria em deixar
Se tu não tivesses cortado
Ferido de morte
As asas e os versos
O homem e o poeta.