Por Alex Ribeiro
Nas noites de festas dessa região de Minas Gerais, os fogos de artifício são utilizados para celebrar o momento de alta alegria, ou de alto significado sagrado para as pessoas que os usam.
Havendo numa pequena casa de periferia uma linda criança, que a cada dia descobria algo novo nesse vasto mundo, ela simplesmente adorava as cores dos fogos que iluminavam um céu um pouco distante. No seu lar, numa das pontas mais longínquas da cidade, a criança levantava os braços e tentava buscar aquelas luzes efêmeras, no céu.
O pai, vendo o esforço da criança em alcançar aquelas explosões de luz, sorriu com ternura e perguntou a ela o que estava fazendo.
A criança respondeu que era bonito, queria guardar. O pai, então, orgulhoso daquela sensibilidade de criança, disse que no dia seguinte eles iriam conseguir.
De manhã, o pai toma a criança pela mão e caminha até um canteiro de flores. Lá o pai diz à criança: ontem você viu flores no céu. Aquelas flores nascem e morrem rápido, por isso ninguém consegue pegá-las, mas aqui, no canteiro, nós temos flores da terra, que demoram a nascer, mas que ficam lindas por muitos dias. E tem mais uma vantagem, elas são perfumadas, você pode sentir o cheiro, elas são macias, você pode encostar nelas a sua pele.
A criança logo respondeu que queria ter muitas flores. De novo, o pai sorriu. Respondeu, então, que ela precisava plantar suas flores, cuidar delas, para que elas pudessem crescer com exuberância. Como uma criança.